Quase metade das pessoas quer mudar de emprego em 2025

A Microsoft acaba de divulgar a mais recente edição do Work Trend Index, o já conhecido relatório que traça as principais tendências do mundo do trabalho, desta vez em conjunto com o LinkedIn. O objetivo da colaboração passa pela necessidade de fornecer uma visão mais abrangente de como a Inteligência Artificial (IA) generativa está não só a reformular o dia-a-dia de colaboradores, líderes e empresas, mas também o próprio mercado de trabalho.

E é justamente neste último ponto que está uma das principais conclusões do relatório. Apesar da crença de que a IA e a perda de empregos estão associados, os dados agora apresentados vêm mostrar uma realidade onde não só cada vez mais pessoas estão a pensar em mudar de carreira, como existem empregos disponíveis e os trabalhadores com competências de IA terão prioridade. De acordo com o Work Trend Index, 46% das pessoas em todo o mundo estão a considerar demitir-se já no próximo ano, uma percentagem recorde desde a Grande Demissão de 2021. Neste contexto, o conhecimento em IA está a ser cada vez mais valorizado pelos novos empregadores, com dois terços dos líderes a afirmarem não contratar alguém sem competências nesta tecnologia, ao mesmo tempo que 55% referem estar preocupados com a falta de talentos suficientes para preencher vagas já este ano, sendo as áreas de cibersegurança, engenharia e design criativo as que mais sentem esta carência.

No entanto, o estudo demonstra ainda o outro lado da moeda, com apenas 39% dos utilizadores a receberem formação em IA da parte da sua empresa, estando estes, por isso, a apostar na aquisição de competências por conta própria – só no final do ano passado, aumentou 142 vezes o número de utilizadores do LinkedIn a adicionar competências de IA (como Copilot e ChatGPT) aos seus perfis, assim como cresceram em 160% os profissionais não técnicos a usar cursos do LinkedIn Learning para melhorar a sua aptidão em IA. Já as menções de IA em anúncios de emprego no LinkedIn impulsionam um incremento de 17% nas candidaturas.

Já no contexto laboral, o Work Trend Index demonstra que três em cada quatro trabalhadores especializados (75% dos referidos knowledge workers) já utilizam IA generativa no contexto de trabalho, destacando como benefícios desta utilização a poupança de tempo, o aumento da criatividade e a possibilidade de se concentrarem no trabalho mais importante. Do lado dos líderes, embora 79% dos inquiridos concordem que a adoção da IA é fundamental para as organizações se manterem competitivas, 59% estão preocupados em quantificar os ganhos de produtividade da IA, e 60% temem que a sua empresa não tenha uma visão e um plano para implementá-la. Se por um lado estão os líderes que sentem a pressão para transformar os ganhos de produtividade individuais em impacto organizacional, do outro lado estão os colaboradores que não querem esperar para colher os benefícios, e prova disso é o facto de 78% dos utilizadores de IA estarem a trazer as suas próprias ferramentas de IA para o trabalho.

Outro dos resultados retirados do Work Trend Index foi a definição de quatro tipos de utilizadores de IA, desde os céticos até aos utilizadores avançados. Sobre este último grupo, o estudo demonstra a capacidade de estes reorientarem os seus dias de trabalho, repensarem os processos de negócio e pouparem mais de 30 minutos por dia. De acordo com a pesquisa, mais de 90% dos utilizadores avançados dizem que a IA torna a sua carga de trabalho avassaladora mais fácil de gerir e o seu trabalho mais agradável. Ao mesmo tempo, os utilizadores avançados têm 61% mais probabilidade de terem ouvido da parte do seu chief executive officer (CEO) sobre a importância de usar IA generativa no trabalho; 53% mais probabilidade de serem incentivados pela liderança para refletir como a IA pode transformar a sua função; e 35% mais probabilidade de receber formação personalizada em IA para a sua função ou cargo específico.

O Work Trend Index contou com um inquérito a 31 mil pessoas em 31 países – através dos quais se identificaram tendências laborais e de contratação do LinkedIn –, assim como com uma análise a biliões de sinais de produtividade do Microsoft 365, e com uma pesquisa junto de clientes da Fortune 500.

Relatório completo aqui.

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