Raquel Rebelo

«O pulsar da Expo’RH surpreende ano após ano.»

«Experience is the Way» é o tema da edição de 2018 da Expo’RH, evento histórico em Portugal da IFE – International Faculty for Executives que este ano decorre nos dias 14 e 15 de março. Falamos com Raquel Rebelo, a responsável pela empresa no nosso país.

Texto: Redação Human

 

Qual a grande proposta de valor da edição deste ano da Expo’RH?

Eu diria que a grande proposta de valor assenta em três eixos: dar voz à experiência através do storytelling, potenciar o envolvimento de todos, chamando ao palco pessoas que habitualmente não têm um papel de destaque no evento e co-construir tendências, através da publicação de um barómetro de boas práticas e tendências, resultante das informações partilhadas durante o evento.

O que vos direcionou para o tema deste ano?

Os recursos humanos há muito que se inspiram nas estratégias de marketing e nos modelos de relação com o cliente, para comunicar e envolver os colaboradores, para desenvolver o employer branding e a sua capacidade para atrair e reter talento. Atualmente os marketeers estão focados em desenvolver estratégias para emocionar o consumidor, proporcionando experiências marcantes, criando vínculo e envolvência numa era em que é necessário repensar conceitos e redefinir prioridades. Da mesma forma, os responsáveis pela gestão de pessoas querem criar uma experiência nos colaboradores que reflita o melhor da experiência proporcionada ao cliente. Uma experiência centrada nas pessoas, digital, personalizada, atrativa e memorável. Afinal, «If employees loves the brand everybody will…»

O que destaca em termos de inovação no programa deste ano?

Sendo o tema do evento «Experience is the way» e convictos de que as histórias criam de facto uma experiência memorável em quem as ouve, este ano privilegiamos o storytelling. Incentivámos a partilha de histórias inspiradoras através do formato flash stories, de não mais de 10 minutos, onde convidamos a Catarina Pestana a contar-nos a história da centenária Vistalegre, a Fernanda Freitas a contar-nos como criou a Associação Nuvem Vitória e o Gonçalo Uva a falar do seu percurso enquanto alguém que é inspirador e quer influenciar os outros a perseguirem os seus objetivos e sonhos. Desafiámos os participantes no evento a subir ao palco e contar a sua employee experience num pitch de cinco minutos, convidando-os a enviar-nos as histórias que serão reveladas no dia do evento. Integrámos o storytelling num debate sobre estratégias para atrair talento entre a Mars e a José de Mello Saúde.

Mantendo o foco na experiência do participante e procurando um maior envolvimento da plateia no evento, criámos um formato diferente para abordar um tema sensível. O tema é o mobbing, mais conhecido como bullying no local de trabalho, e o formato o ask me anything. Maria João Cunha, advogada especialista no tema, estará à disposição da plateia para esclarecer todas as dúvidas, respondendo às questões colocadas. E porque a Expo’RH é cada vez mais um evento aberto à comunidade da gestão das pessoas, estendemos o convite a pessoas com funções diferentes do habitual num evento de recursos humanos. O happiness manager da Auby, Fábio Pina, vai-nos apresentar o humor como uma competência, o agile lead da Celfinet, Rafael Ribeiro, vai falar-nos da sua experiência sobre a incorporação do design thinking na cultura empresarial e o global head of user engagement da Siemens, Patrick Pernegger, vai dizer-nos como, com base na neurociência, resolvemos problemas e tomamos decisões. Destacamos ainda a introdução das temáticas ligadas à inteligência artificial e à robótica, por estarem na ordem do dia, mas também temas pouco habituais nestes eventos como a celebração do erro e temas sempre muito procurados como a apresentação de modelos de benefícios, este ano com a apresentação do modelo da Auchan em termos de participação financeira dos colaboradores nos resultados da organização.

Como é o desafio de gerir e desenvolver um evento com quase duas décadas em Portugal e que se tornou o mais emblemático no âmbito dos recursos humanos?

Enorme! Mas muito bom… O pulsar da ‘Expo’RH’ surpreende ano após ano, e surpreende-me a mim também. E sentir isso é muito bom. Gerir e desenvolver um evento com a notoriedade deste durante quase duas décadas é transformador. Faz-nos sentir uns verdadeiros construtores do futuro. Um futuro co-construído, inspirado nas e pelas pessoas e centrado na experiência.

Todos os anos temos de ter uma nova história para contar e novas experiências para fazer viver. A responsabilidade de termos de surpreender dá-nos a audácia de inovar, arriscar e testar formatos, temas, apresentações… Faz-nos ter o atrevimento de confiar no nosso instinto e a ousadia de nos libertamos de tudo aquilo que nos impede de crescer e transformar a nossa história.

Como olham para o mercado de recursos humanos a partir da IFE?

Com entusiasmo. É nossa convicção que o digital e as potencialidades trazidas por esta nova era está a colocar a valorização das pessoas no centro e o desenvolvimento de novas competências e novas formas de trabalhar na agenda das estratégias organizacionais, porque se percebeu que só assim será possível acelerar os processos de mudança e dar resposta aos desafios do mercado. E isto terá um impacto muito positivo no mercado de recursos humanos, desde que sejamos de facto potenciadores da mudança e geradores de impactos positivos.

E quanto à chegada das novas gerações a esse mesmo mercado?

Com confiança. Estou certa de que a chegada destas novas gerações vem desafiar o status quo das organizações e obrigar as empresas a mudar. Isso é muito positivo. São pessoas desafiadoras, difíceis de agradar, mas muito mais focadas no valor acrescentado que aportam à organização e que a organização lhes pode aportar. Isso obriga-nos a encontrar formas diferentes de colaboração para sermos capazes de as envolver e tirar partido das suas competências. São pessoas com vontade de aprender e de querer saber sempre mais, e isso é muito positivo. Não se reveem a fazer a mesma coisa uma vida inteira e estão abertos à mudança. São diferentes, sim, mas será isso mau?

As novas gerações e as novas potencialidades da tecnologia, juntas, poderão ter um grande impacto neste mercado?

Claramente. No nosso caso, o grande desafio passa por encontrar estratégias para respeitar a realidade dos participantes e do seu processo de aprendizagem, integrando plataformas digitais colaborativas que potenciem o desenvolvimento da inteligência coletiva e encontrando metodologias pedagógicas que reforcem a colaboração, incentivem a partilha, estimulem a abertura ao ecossistema, promovam a capacidade criativa e possibilitem a inovação.

Que impacto esperam destes fatores em termos da vossa atividade?

Este contexto coloca em evidência que as competências críticas deixaram de ser as técnicas para passarem a ser as comportamentais, alargando claramente o potencial de intervenção da IFE ao nível do desenvolvimento e do treino destas competências e do acompanhamento nos respetivos processos de integração. Acrescido a tudo isto, o facto de cerca de 80% das profissões que vão existir em 2030 ainda não terem sido inventadas terá certamente um impacto brutal na nossa atividade, sobretudo ao nível da reconversão profissional.

O que esteve na base da vossa mudança de imagem? Que objetivos perseguiam?

Esta nova identidade está completamente alinhada com o que somos hoje. O logotipo anterior tinha mais de uma década, e desde que foi criado lançámos novos formatos, incorporámos tecnologia na nossa oferta e sobretudo contribuímos para o desenvolvimento de competências e soluções de aprendizagem para o tecido empresarial português. A um ano de celebrarmos duas décadas de presença em Portugal, sentimos que era o momento de refrescar a identidade que construiu confiança junto de centenas de milhares de profissionais.

 

Nota: site da Expo’RH aqui.

 

 

»»» Raquel Rebelo é chief executive officer (CEO) em Portugal da IFE – International Faculty for Executives. A IFE, filial portuguesa da multinacional Abilways, está em Portugal desde 1998, desenvolvendo a sua atividade em formação inter e intraempresas, congressos, salões e feiras profissionais e ainda publicações especializadas, nas mais diversas áreas de interesse para as organizações. Com uma licenciatura em «Relações Internacionais» (Universidade de Lisboa), a responsável estudou ainda na University of Hull («European Integration and Co-Operation). Está na IFE desde 2001, tendo desempenhado várias funções até chegar a CEO.

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