A colaboração das empresas do Grupo ANF com a JIMU, uma plataforma que conecta pessoas nas áreas de exercício físico, saúde, beleza e relaxamento, é o ponto de partida para a conversa com Patrícia Valente. A responsável destaca que a saúde e o bem-estar de todos constituem um dos pilares da estratégia de gestão de recursos humanos, algo que é anterior à pandemia. Mas esta fez com que tivessem que revisitar toda a abordagem a tema.
Texto: Redação «human»
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Como surgiu esta colaboração com a JIMU? É possível fazer algum balanço de resultados ou de novos hábitos que tenham surgido na instituição e sobretudo nos colaboradores?
Desde 2018 que a nossa organização disponibiliza um programa de bem-estar a todos os colaboradores. O programa tem uma abordagem holística, considerando as vertentes física, mental e social, e o foco é a promoção da saúde e do equilíbrio pessoal, familiar e profissional. Até ao início de 2020, o programa era presencial e todas as atividades de bem-estar, como o exercício físico, o relaxamento, a nutrição, ou o coaching, decorriam nas nossas instalações, sendo que facilitávamos o acesso de todos a estes serviços.
Quando se iniciou o teletrabalho, tivemos que repensar o programa. Uma coisa sabíamos: em fase de pandemia, seria ainda mais importante garantir o bem-estar de todos e para isso teríamos que reinventar a forma como promovíamos a saúde e o bem-estar. É nesta fase, em início de pandemia, que surge a colaboração com a JIMU, que veio a revelar-se uma peça-chave na disponibilização de ofertas variadas e personalizadas de atividades de bem-estar digitais. Foi esta parceria estratégica com a JIMU que nos permitiu uma rápida readaptação, sem que em momento algum deixássemos de dar resposta às necessidades dos nossos colaboradores.
Em termos de resultados, um bom indicador é a adesão, que tem sido gradual e consistente. Mas é sobretudo a avaliação e os testemunhos de quem aderiu e de quem acompanha as equipas que consideramos algo francamente animador. Acreditamos que estamos a impactar positivamente a vida das nossas pessoas. Se ajudarmos uma pessoa nas mais de 2.000 que somos, então o programa já vale a pena.
Estes tempos têm sido verdadeiramente desafiantes na gestão das vossas pessoas?
Foi um ano muito diferente daquilo a que estávamos habituados. Apesar de o teletrabalho não ser completamente estranho à nossa organização, sobretudo nas equipas das áreas mais tecnológicas, a verdade é que generalizá-lo de um dia para o outro foi efetivamente um desafio. O foco foi adaptar muitos dos processos que tínhamos e criar iniciativas novas que permitissem aos nossos líderes e às nossas equipas enfrentar a nova realidade da melhor forma possível. Isto implicou que todos reajustassem um pouco as suas rotinas, pelo que um dos fatores críticos de sucesso foi a constante comunicação. Era muito claro para todos que a estratégia não poderia passar por suspender as atividades, pelo que o nosso esforço inicial concentrou-se no acompanhamento das equipas e na sua rápida adaptação às plataformas ‘on-line’. Reuniões, formação, entrevistas de recrutamento, sessões de saúde e bem-estar, entre outras atividades, passaram todas a ser realizadas digitalmente. Reformulámos e intensificámos a forma como comunicamos, pois um dos pilares da nossa organização está na cultura de compromisso e no sentimento de pertença para com a empresa, e é algo que tem que se manter.
As questões ligadas à saúde e ao bem-estar colocaram-se de forma diferente do que era habitual antes da pandemia?
A saúde e o bem-estar de todos constituem um dos pilares da nossa estratégia de gestão de recursos humanos, e isso é anterior à pandemia. O equilíbrio de todos os nossos colaboradores na sua atividade profissional sempre foi muito importante e as atividades associadas ao programa de bem-estar nas vertentes física, mental e social são muito anteriores à atual realidade, pelo que não são mais importantes agora do que eram antes. Mas tivemos que revisitar toda a nossa abordagem a este tema. A distância física imposta pela pandemia aumentou a necessidade de uma comunicação interna mais eficaz, pelo que, entre outras iniciativas, destaco o reforço do nosso Programa de Apoio ao Colaborador (linha aberta aos colaboradores para temas de natureza psicológica, jurídica ou financeira, em parceria com uma entidade externa) e o lançamento do programa de saúde e bem-estar através da plataforma JIMU, o que nos permitiu manter a prática de exercício físico e as atividades de relaxamento e ter webinares sobre alimentação saudável, postura e bem-estar mental.
Como apresentaram a plataforma às pessoas e as opções que têm associadas e que reações tiveram em termos globais?
A comunicação constante é a chave. Definimos um plano comunicação para a divulgação das atividades digitais disponibilizadas pela JIMU, integrámos na nossa estratégia de comunicação interna e hoje a saúde e o bem-estar constituem já um pilar fundamental na relação do Departamento de Recursos Humanos com as pessoas. Além dos habituais canais de comunicação para o bem-estar, como um ‘e-mail’ dedicado, ou um ‘spot’ na Intranet, temos uma ‘app’ desenvolvida para o efeito – a UQUIO. O nosso mote é «Atividades de bem-estar à distância de um clique…». Foi interessante ver as diferentes reações. No início foi natural alguma estranheza em relação ao digital, mas, como se costuma dizer, «primeiro estranha-se e depois entranha-se». As sessões têm agora maior adesão e um reconhecimento generalizado da importância das mesmas na manutenção de rotinas saudáveis.
A plataforma é utilizada sobretudo por quem está em teletrabalho?
O teletrabalho foi adotado em março de 2020 e, desde essa altura, tem sido o regime de trabalho principal na nossa organização. Em regime presencial apenas estão os colaboradores cujas funções não permitem que executem o seu trabalho à distância. Diria que, de um universo de 2000 colaboradores, aproximadamente 65% estão em teletrabalho e são esses que maioritariamente acedem às atividades de bem-estar digitais. Infelizmente, nesta fase, devido às diretrizes da Direção Geral de Saúde para a prevenção da Covid-19, não conseguimos disponibilizar atividades de bem-estar presenciais para dar suporte a quem está no terreno. Mas estamos já a pensar no futuro, que será certamente híbrido.
Admitem que num regresso aos escritórios, num cenário pós-pandemia, se possa manter o uso da plataforma?
A pandemia acelerou algo que já sabíamos que existia – inovação tecnológica para transformar a forma como prestamos serviços, nomeadamente serviços em saúde. A JIMU é o parceiro que nos permitiu manter um determinado nível de serviço na oferta de atividades de saúde e bem-estar aos nossos colaboradores. Todos sabemos que esta crise produziu verdadeiras mudanças e que o pós-pandemia não será um regresso ao modelo anterior, pelo que o digital continuará a fazer parte do nosso dia-a-dia e, nesse sentido, também os nossos parceiros.
Acha que o mundo do trabalho será substancialmente diferente nessa altura? Como se prepara a ANF para esse cenário, que se deseja certamente que seja uma realidade o mais brevemente possível?
Outra das coisas que esta pandemia nos mostrou é que, de repente, a mudança acontece, sem qualquer previsão ou antevisão. No Grupo ANF temos uma visão confiante e acreditamos que temos equipas capazes e resilientes para ultrapassar todas as dificuldades. De algo tenho a certeza: saímos mais fortes para enfrentar os desafios do futuro.
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»»»» Patrícia Valente começou em 2012 a trabalhar no Grupo ANF, que integra empresas como a Alliance Healthcare e a Glintt, assumindo o cargo de diretora corporativa de recursos humanos. Com mais de duas décadas de experiência profissional, sempre ligada ao mundo da gestão das pessoas, é formada em Gestão pelo Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais do Porto, tendo uma pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade do Minho.