Na Escola de Mulheres

«A Companhia dos Lobos»

«A Companhia dos Lobos», texto de Angela Carter, com encenação de Francisco Camacho, estreia-se no espaço Escola de Mulheres (Sala de Teatro do Clube Estefânia), em Lisboa, a 22 de maio, prolongando-se até 9 de junho. A produção da companhia Escola de Mulheres leva à cena, pela primeira vez em Portugal, um texto da escritora britânica.

Texto: Redação «human»

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«A Companhia dos Lobos» é um conto de Angela Carter publicado em 1979 e adaptado pela escritora para uma versão radiofónica um ano mais tarde. Trata-se de um texto representativo de várias características da escrita da autora, como a releitura de contos de fadas (no caso, uma releitura de «O Capuchinho Vermelho»), que afirma uma visão feminista, contrariando as representações repressoras do papel das mulheres. 

Nesta encenação, Francisco Camacho parte da versão radiofónica do conto para desenvolver um trabalho que vai da transmissão sonora ao espaço cénico, passando pela imagem filmada, amplificando a sucessão de histórias que são contadas na peça radiofónica. Em palco, seis performers dão corpo e voz a esta proposta: Carla Bolito, Carlos Malvarez, Marta Lapa, Sofia Fialho, Ruy Malheiro e Victor Gonçalves.

Francisco Camacho assinala: «É inerente a um texto teatral radiofónico uma invisibilidade de partida, com o repto ao conjunto de ouvintes de imaginar livremente os acontecimentos que ouvem e os ambientes descritos, e de associar figuras às vozes que escutam. Esta encenação articula essa dimensão com o desafio de paradoxalmente dar a ver algo que deveria ser imaginado por quem ouve, numa perspectiva de desdobramento de sentidos e estabelecendo outras ligações. Quer-se estimular o imaginário de quem assiste e escuta.»

Esta encenação utiliza ainda a manipulação de diferentes materiais para produzir sons em direto. Um trabalho que se inspira na prática dos artistas de foley, que geram e recriam sons para produções audiovisuais.

«A Companhia dos Lobos» é a produção 76 da Escola de Mulheres, companhia fundada em 1995 por Fernanda Lapa, Cucha Carvalheiro, Isabel Medina, Marta Lapa, Cristina Carvalhal, Aida Soutullo e Conceição Cabrita com a missão de privilegiar a criação e o trabalho das mulheres no teatro e promover novas dramaturgias de temática e escrita femininas.

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Nota: foto de Inês Matos.

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