A _AIVØLUT1ØN_, evento de vanguarda em transformação digital e inteligência artificial (IA) para o mundo corporativo, realizou-se na passada quarta-feira, dia 29 de maio, na Sala Tejo da Meo Arena, em Lisboa. A organização foi da Knower, empresa do Wellow Group, numa sala com centenas de participantes, tendo a condução estado a cargo de Marcos Pinto, conhecido apresentador de televisão e rádio e especialista em comunicação.
Na abertura, Marcos Pinto foi acompanhado por Amílcar Gabriel, chief executive officer (CEO) da Knower, seguindo-se uma intervenção de Luísa Ribeiro Lopes, presidente do Conselho Diretivo da Associação DNS.PT, entidade responsável pela gestão do domínio de topo nacional, o .pt. Aí, a responsável destacou a ideia de juntamente com as máquinas termos a responsabilidade de fazer muito mais e muito melhor, devendo «apostar-se na capacitação das pessoas, e sermos responsáveis por não deixar ficar ninguém para trás», porque «a IA só faz sentido se as máquinas ajudarem a humanidade».
Numa intervenção em inglês, subordinada ao tema «The AI Transformation: Impact on Leadership», Gerd Leonhard, um consultor alemão radicado na Suíça, futurista, humanista e autor do livro «Technology vs. Humanity», além de CEO da The Futures Agency, defendeu que devemos usar a IA para o máximo benefício, salientando o conceito learn how to learn. Falou de revolução digital, de revolução ao nível da sustentabilidade mas, mais do que isso, de uma revolução de propósito. E deixou ainda uma outra partilha: «O que pode ser automatizado, as máquinas vão fazê-lo, e o que pode ser digitalizado, as máquinas vão fazê-lo também.»
«Talento, Força de Trabalho e Responsabilidade em IA» foi o tema de um painel de debate com Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, e João Ribeiro da Costa, head of digital transformation and program director na Católica Lisbon School of Business and Economics (Católica-Lisbon), com moderação de Maria João Vieira Pinto, diretora de redação da revista Marketeer. O líder da tecnológica fez notar que nada antes chegou ao impacto que a IA tem e que vai ter, sobretudo em termos de aumento de produtividade. «A tecnologia é muito barata, está ao alcance e todos e vai ampliar-se», disse. Por sua vez, João Ribeiro da Costa destacou que «na transformação digital o problema não é o digital, é a transformação», e retomou uma ideia de assinalada por Gerd Leonhard, dizendo que «a maior competência do futuro será apender a aprender».
Ainda durante a manhã foram apresentados dois casos práticos de IA, por Sara Guerreiro de Sousa, innovation product manager na Unbabel Labs & Center for Responsible AI, e Patrícia Milheiro, diretora para serviços de iA na Singularity part of Devoteam.
A tarde começou com um debate entre João Camarate, chief technology officer (CTO) da Broadvoice, e Ana Margarida Almeida, director of innovation strategy and communication da Altice Labs, com moderação de Ricardo Tomé, diretor geral digital da TVI – Media Capital. João Camarate destacou que «pela primeira vez a tecnologia assemelha-se mais ao comportamento humano, o que se reflete por exemplo no atendimento, e inclusive há tecnologia para conseguir conversar». Mas os desafios continuam significativos para uma adoção plena, salientou, para ainda referir: «O potencial da IA tende para o infinito. Muitas vezes o que falta é as organizações terem os dados necessários.» Ana Margarida Almeida deixou a ideia de que «mudar uma cultura numa organização é dificílimo, requer muitos anos e muito investimento», e acredita que «nestes desafios campeões somos todos, e muitas vezes os verdadeiros campeões estão nas franjas». Falou da IA como uma tecnologia com um potencial maior do que as anteriores e destacou a adoção imediata e a velocidade maior na perceção do benefício, quer para as empresas, quer para a sociedade. Num último destaque, comentou que a ligação entre academia e indústria é fundamental, dizendo que a este nível Portugal tem muito a melhorar.
Manuel Dias, diretor nacional de tecnologia na Microsoft e membro do Conselho Executivo no nosso país desta tecnológica, foi o protagonista de uma palestra sobre inovação com IA, virada para a criação de novos modelos de negócio. Falou aí do percurso do ChatGPT desde 2018, assegurando uma apresentação notável em que mostrou muito do futuro e das suas possibilidades pela tecnologia. Partilhou inclusive uma canção da sua terra, o Alentejo, concebida com recurso a IA, com som e imagem, surpreendendo verdadeiramente a assistência.
Numa palestra de encerramento, o neurocientista e professor de psicologia, filosofia e neurologia na University of Southern California António Damásio falou da ciência da consciência no cenário da IA. Fê-lo em live streaming, a partir da sua casa, nos Estados Unidos.
César Santos, fundador e presidente Wellow Group, encerrou a _AIVØLUT1ØN_ com uma mensagem de esperança no futuro, muito marcada também pelo sentido de responsabilidade que é necessário para vivermos num mundo sustentável, em que o potencial da tecnologia possa ser aproveitado de forma a ter um impacto positivo na sociedade.
O evento foi marcado por várias performances, sobretudo antes do começo das intervenções e no final, havendo ainda inúmeras oportunidades de newtworking.
Site da _AIVØLUT1ØN_ aqui.