À entrada do verão, duas propostas de leitura que passam pelo Japão e por Moçambique, entre o amor e a coragem, sempre tendo a guerra como pano de fundo. De uma dupla de narradores portugueses que têm em comum a paixão pelas viagens e pela história.
Texto: Redação «human»
Entre as novidades da Oficina do Livro, do grupo editorial português LeYa, estão dois romances, «Coração-Castelo», de Raquel Ochoa, e «O Segredo de Lourenço Marques», de Eduardo Pires Coelho.
Em «Coração-Castelo» estamos no Japão, no ano de 1637. Com a proibição de professar o cristianismo e a imposição de avultados tributos à população, cerca de 35 mil camponeses liderados por um general-menino com reputação de fazer milagres invadem várias fortalezas governamentais e acabam por refugiar-se na ruína do castelo de Hara. Reconstroem-no em conjunto para resistir, ao longo de vários meses, à resposta do xogum com as suas tropas, num cerco implacável. Entre tantos que lutam contra a tirania, estão Jana, com um filho pequeno, e Haru, um samurai renegado e agora ao serviço do seu povo. Apesar do ódio mútuo inicial, Haru não consegue ficar indiferente àquela mulher envolvida pelo mistério e que sabe pegar em armas, nem ao ciúme provocado pela relação que lhe vê com o missionário Clarimundo, um dos poucos portugueses que permanecem no Japão.
«O Segredo de Lourenço Marques» começa com o protagonista, Filipe, a receber um telefonema enigmático de um empresário sul-africano, pedindo-lhe que descubra o paradeiro de três passageiros clandestinos de um cargueiro português, o Angoche, que em 1971 foi encontrado a arder ao largo de Moçambique sem ninguém a bordo. Filipe vem de concluir uma investigação a uma antiga embarcação portuguesa naufragada no Estreito de Malaca, e vai a partir daí aventurar-se numa busca que o levará a vários países africanos, mas também ao tempo em que Lourenço Marques florescia com a nova linha férrea e o império britânico combatia as repúblicas boers para se apoderar da sua riqueza – guerra em que um português chamado Miguel Ferreira acabaria por envolver-se, antes de regressar à Ilha de Moçambique para desposar Maria Teresa, a mulher da sua vida. Que mistério ligará este homem nascido no século XIX aos homicídios obscuros que Filipe descobre ao longo das suas viagens? E as ameaças de morte, levarão Filipe a desistir da sua busca?
Dois romances para um verão pleno de emoções e descobertas.