A ligação entre a literacia de gestão e a competitividade das empresas é um tema central para o desenvolvimento económico, especialmente no contexto das pequenas e médias empresas (PMEs) em Portugal.
Texto: Pedro Brito Foto: João Peleteiro
A falta de produtividade e o crescimento limitado dessas empresas têm sido alvo de análises há décadas, com foco em fatores como políticas fiscais desfavoráveis, salários baixos e a incapacidade de reter talento qualificado. No entanto, para além desses fatores, é fundamental compreender como a formação executiva pode influenciar diretamente a capacidade competitiva das empresas.
Um dos principais desafios que as PMEs portuguesas enfrentam está relacionado com a prevalência de negócios focados em sectores de bens não transacionáveis, ou seja, aqueles que não estão expostos à concorrência internacional e que não participam no comércio global. Estes sectores, como o da restauração, por exemplo, tendem a exigir muitas horas de trabalho com mão-de-obra menos qualificada e geram menor valor acrescentado. Consequentemente, tornam-se menos atrativos para os profissionais altamente qualificados, o que resulta em dificuldades de retenção de talento e na manutenção de salários competitivos.
No entanto, e se as PMEs portuguesas pudessem transformar os seus produtos e serviços em bens transacionáveis, aproveitando as oportunidades do mercado global? Tal mudança não apenas aumentaria o valor dos produtos, como também permitiria às empresas contratar mão-de-obra especializada e pagar salários mais competitivos, criando um círculo virtuoso de desenvolvimento. Para que essa transformação aconteça, é essencial que os gestores adquiram conhecimentos e ferramentas adequadas para operar em mercados internacionais e implementar modelos de gestão mais eficazes.
Aqui, a formação de executivos desempenha um papel central. A educação como fator de transformação tem o potencial de reconfigurar o panorama das empresas em setores de bens não transacionáveis, ajudando-as a tornarem-se mais competitivas no mercado internacional. A Nova School of Business and Economics (Nova SBE) tem estado na linha da frente deste esforço, colaborando com PMEs, agentes do sector público e privado, e desenvolvendo projetos de impacto que visam melhorar a competitividade das empresas portuguesas. Através de programas de formação executiva, estas empresas podem adotar modelos de governação mais robustos, tornar-se mais sustentáveis e alavancar o uso de ferramentas digitais e de gestão de risco.
A iniciativa VOICE Leadership é um excelente exemplo deste esforço da escola, apoiando milhares de empresas e empresários nesta jornada de desenvolvimento de competências, através de formação de alta qualidade, apoiada por uma rede certificada de mais de 300 mentores especializados, de norte a sul do país. Este tipo de iniciativas só é possível graças ao apoio de muitos parceiros institucionais, corporativos e de media, que alocam recursos relevantes em prol do desenvolvimento económico do nosso país.
Continuaremos a desenvolver este e outros projetos similares porque em última análise, a competitividade das empresas portuguesas depende da capacidade dos seus gestores de inovar, adaptar-se e operar em mercados globais, e a formação de executivos é o meio mais eficaz para alcançar esse objetivo.
Pedro Brito
Associate Dean @ Nova SBE Executive Education
A Nova SBE, uma das principais business schools da Europa, é a faculdade de ciências económicas, financeiras e de gestão da Universidade Nova de Lisboa. A escola é membro do CEMS desde dezembro de 2007 e tem atribuição Triple Crown em todo o mundo, o que implica a acreditação pela EQUIS, pela AMBA e pela AACSB. Foi a primeira business school portuguesa a adquirir acreditações internacionais e reconhecimento de renome mundial no ensino superior. A sua visão internacional também se reflete na adoção do inglês como o principal idioma de ensino. A grande maioria dos cursos de licenciatura e todos os programas de mestrado, MBA e PhD são lecionados em inglês.