Portugal é o sexto país do mundo onde melhor se fala inglês e Braga é a cidade portuguesa com a melhor proficiência. Os dados são do relatório EF English Proficiency Index (EF EPI), que analisa dados de mais de 2,1 milhões de falantes não nativos de inglês, em 116 países e regiões.
Engana-se quem pensa que para aprender uma língua tem de se ser jovem e estar numa sala de aula. Os dados da EF para o nosso país revelam uma nova tendência entre os portugueses com mais de 50 anos: viajar para o estrangeiro para aprender inglês.
Constança Oliveira e Sousa, diretora da EF em Portugal, assinala: «A pessoa com mais idade a viajar com a EF para aprender inglês, em 2024, foi uma senhora com 85 anos. Tivemos também um casal com mais de 80 anos em que foram os dois. No geral, os alunos com mais de 50 anos ou viajam sozinhos ou em grupo de amigas. Há pessoas que preferem ir para Londres, outras para Malta, outras para Roma, outras para Nova Iorque… Esta nova realidade pode ser explicada pela vontade crescente dos portugueses de viver novas experiências e investir em seu desenvolvimento pessoal.»
Segundo a escola de línguas, a procura por programas de estudo de inglês entre adultos acima dos 50 anos tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, em Portugal. «No ano passado, 4% dos alunos interessados estavam nesta faixa etária, enquanto em 2018, antes da pandemia, representavam muito menos. Esse crescimento contínuo representa um aumento de 152% desde 2018 e de 33% em relação ao ano anterior», avança a responsável da EF em Portugal.
A nova tendência tem levado cada vez mais adultos a embarcar em aventuras de estudo no estrangeiro, aproveitando programas especializados que combinam aulas de inglês com imersão cultural.
Para ajudar os alunos a aprender uma nova língua, destinos como Berlim oferecem tours por cervejarias e visitas culturais a museus, enquanto em Nova Iorque as atividades incluem desde um tour por Sleepy Hollow a uma aula prática de culinária. Em Seul, os estudantes mais aventureiros podem experimentar o tradicional Hanbok no Palácio de Gyeongbok e degustar o autêntico vinho de arroz Makgeolli. Em Londres pode-se aprender inglês enquanto se bebe um chá, enquanto em Manchester se pode participar num pub quiz.
Tendência não abranda
Três milhares de portugueses com mais de 50 anos contactaram em 2024 a EF para uma experiência de aprendizagem de inglês no estrangeiro. Esse aumento de interesse reflete-se diretamente nos números de matrículas.
O ano letivo de 2025, que começou recentemente em outubro, já aponta para uma procura ainda mais forte, com um crescimento de 17% no interesse em relação ao ano anterior. «Estes resultados sublinham a importância crescente dos programas de estudo de inglês para a faixa etária acima dos 50 anos, um mercado que está a expandir-se e a ganhar cada vez mais relevância no sector de educação internacional”, refere Constança Oliveira e Sousa.
Portugal sobe no ranking de bem falar inglês
Em Portugal, os adultos de 21 a 30 anos são os que melhor dominam a língua inglesa, enquanto a proficiência entre os adultos com mais de 41 anos registou uma ligeira descida, em 2024, segundo dados do EF EPI, lançado esta semana (ver aqui).
O relatório anual de proficiência em inglês revela uma tendência global de queda na proficiência em inglês a nível mundial, destacando lacunas especialmente entre homens e jovens adultos. Porém, no cenário mundial Portugal aparece como um caso de exceção ao alcançar uma nova posição recorde no índice deste ano.
Braga é a cidade e o distrito onde melhor se fala o inglês. A capital do Minho recebe pela primeira vez esta dupla distinção, depois de o ano passado ter ficado no segundo lugar, atrás de Coimbra.
A cidade dos estudantes ocupa este ano o segundo lugar, seguida de Lisboa, que regressa ao top três das cidades portuguesas onde melhor se fala inglês.
Portugal ocupa o sexto lugar no ranking mundial de proficiência em inglês, evidenciando o compromisso nacional com o domínio do idioma. É um feito que representa o melhor desempenho do país no Índice de Proficiência em Inglês (EF EPI), e que mostra um padrão contínuo de aprendizagem entre os portugueses.
A nível global, Kate Bell, autora do EF EPI, comenta: «Embora o Médio Oriente e África tenham melhorado este ano, no geral assistimos a um declínio lento, mas persistente no nível de inglês entre os adultos noutros locais. Esta tendência sustenta a impressão de que em 2024 a expectativa em muitos países é de que todos falem inglês, independentemente da realidade, levando a uma perda de foco na melhoria da proficiência em inglês tanto no sistema educativo como no sector privado.»
A EF Education First
A EF Education First oferece programas de educação culturalmente imersiva em mais de 100 países, incluindo cursos de línguas, intercâmbio cultural e programas académicos. Fundada na Suécia em 1965, tem como missão abrir o mundo através da educação, promovendo oportunidades de aprendizagem que transcendem fronteiras e culturas.