Novas tecnologias, inteligência emocional e o futuro do trabalho

Texto: Neuza Bruno Imagem: Freepik/ DC Studio

A IE define-se como a capacidade de reconhecer, compreender e gerir as próprias emoções, bem como de perceber e lidar com as emoções dos outros. Este conceito envolve uma combinação de habilidades emocionais que permitem lidar com determinadas situações mais desafiantes e tomar decisões mais conscientes e equilibradas.

Num mundo cada vez mais digital, a IE tornou-se fundamental no ambiente de trabalho, especialmente com o avanço das novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), a automação, o big data e as plataformas digitais. Enquanto estas inovações transformam a maneira como realizamos tarefas e interagimos no trabalho, a IE continua a ser essencial para manter a colaboração, a comunicação e a produtividade num cenário cada vez mais digitalizado.

As novas tecnologias, embora eficazes para automatizar tarefas repetitivas e otimizar processos, não conseguem substituir a complexidade das interações humanas, como a empatia e a capacidade de resolver problemas e conflitos. A IE envolve o autoconhecimento emocional, o autocontrolo, a motivação, a empatia e as competências sociais que são cada vez mais valorizados nas empresas, pois permitem que os profissionais lidem com a pressão e as incertezas do mundo digital. Isto é particularmente importante num contexto onde a comunicação, muitas vezes mediada por tecnologia, pode ser impessoal, tornando mais difícil identificar as necessidades emocionais dos colaboradores e responder adequadamente a cada uma delas.

Com a automação de tarefas e a substituição de funções repetitivas, surgem novos desafios: a gestão da mudança e a manutenção do bem-estar dos colaboradores. Também o aumento do trabalho remoto e o uso de plataformas digitais impactou a dinâmica das equipas. Embora as ferramentas tecnológicas possibilitem uma maior flexibilidade, também impõem desafios à gestão das relações interpessoais. Os líderes e os colaboradores precisam de ser capazes de manter a moral e a ética da equipa, bem como a motivação de todos, mesmo à distância.

Além disso, num ambiente de trabalho em constante mudança, a resiliência e a capacidade de lidar com o stress torna-se cada vez mais relevante. Profissionais emocionalmente inteligentes têm mais facilidade para manter o foco nos objetivos a longo prazo, além de se adaptarem de forma flexível às inovações tecnológicas e aos novos desafios que surgem.

O futuro do trabalho será marcado pela combinação entre competências emocionais e capacidades tecnológicas. As organizações que investirem no desenvolvimento da IE das suas equipas estarão, sem dúvida, mais bem preparadas para lidar com os desafios do futuro, criando ambientes de trabalho mais saudáveis, inovadores e colaborativos. Neste novo cenário, a IE será o ponto de distinção das empresas tornando-as competitivas no mercado, pois permitirá que os profissionais se destaquem não apenas pelo domínio das novas tecnologias, mas também pela capacidade de trabalhar com os outros de forma eficaz, consciente e empática.

A questão que se coloca é: como podemos, enquanto profissionais, equilibrar o avanço da tecnologia com a necessidade de cultivar as nossas competências emocionais para enfrentar os desafios do futuro do trabalho?



Neuza Bruno
, Consultora de Recursos Humanos do Grupo SOFT


Grupo SOFT

O Grupo SOFT focaliza a sua ação no desenvolvimento de software e serviços para a área de gestão de recursos humanos. O elevado número de clientes, das mais variadas áreas de atividade, é o garante da sustentabilidade dos seus produtos e dos seus serviços. Tem como objetivos fornecer soluções de software de gestão otimizadas e adaptáveis à generalidade das atividades empresariais independentemente da sua dimensão; atuar como integrador de sistemas para satisfação das necessidades globais de implementação de qualquer sistema de informação, através da utilização da tecnologia informática mais atualizada; prestar assistência técnica e consultoria no âmbito da implementação e da costumização de software, reorganização informática e soluções «chave na mão»; e prestar serviços de outsourcing aplicacional (processamento de dados, apoio e assessoria nas áreas administrativo-financeiras – recursos humanos, contabilidade, faturação, etc).

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