José Lourenço, da Prosegur

«Tudo o que faço é para apoiar as nossas pessoas.»

Texto: Redação «human» Foto: DR

Como tem vivido o seu percurso na Prosegur, marcado sobretudo por responsabilidades acrescidas ao longo de mais de duas décadas?

A carreira que tenho construído faz-me sentir um enorme orgulho em pertencer à Prosegur. Comecei como responsável na gestão de recrutamento, seleção e formação, e passados 15 anos cheguei à posição de responsável pela Europa. Felizmente, não sou o único exemplo de crescimento neste grupo, as oportunidades de aprendizagem também são uma constante a todos os níveis. A cultura de crescimento e desenvolvimento é um dos pilares principais da Prosegur, e saber que estou numa organização que oferece desafios contínuos aos colaboradores é para mim uma fonte imensa de motivação.

A Prosegur é uma companhia líder e uma referência no sector onde opera. Todos os dias do ano, 24/7, com milhares de colaboradores a atenderem milhares de clientes, neste sentido o desafio constante é uma fonte de motivação extraordinária.

Em resumo, tudo o que faço é para apoiar as nossas pessoas, toda a família Prosegur. É por elas e para elas. Procuramos dar as melhores condições possíveis para que possam oferecer o seu melhor desempenho nos nossos clientes, o que se reflete na satisfação deles e, consequentemente, na dos nossos acionistas.

Como mudaram os desafios na empresa ao longo deste tempo? Seja os desafios de negócio, seja os desafios ligados às pessoas?

O mundo está em constante mudança e transformação. A evolução tecnológica e a transformação digital têm sido um dos maiores desafios que a Prosegur se tem adaptado.

É certo que no mundo dos negócios toda esta adaptação e toda a inovação é mais visível, quer no mercado, quer nos nossos clientes. Contudo, importa ter sempre presente que na cultura da Prosegur as pessoas têm uma intervenção muito direta em todas as soluções que oferecemos aos clientes. Nesse sentido, tem existido a preocupação de adaptarmos também as nossas pessoas, formando-as e desenvolvendo-as para que estejam à altura de assegurar o nível de serviço que prometemos.

Hoje temos um maior acesso à informação e a uma velocidade de processamento de dados que exige decisões cada vez mais rápidas. Além disso, nota-se ainda uma crescente preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores.

De que forma conectam a estratégia da empresa e as políticas em relação às vossas pessoas?

A Prosegur estabeleceu objetivos prioritários em recursos humanos para suportar as suas diferentes áreas de negócio (Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarmes e Cipher). Cada unidade traz exigências específicas para os respetivos colaboradores, e a Prosegur planeia fortalecer a formação contínua e a especialização dos seus profissionais, especialmente nas áreas de segurança híbrida, logística e gestão de numerário, e a cibersegurança.

Outro foco importante é o fortalecimento do compromisso com inclusão e diversidade. A Prosegur pretende também promover uma cultura de responsabilidade social e sustentabilidade entre os seus colaboradores, ampliando o impacto positivo nas comunidades onde atua.

Dessa forma, a empresa continua a ser uma referência em segurança privada a nível global, com ações centradas na qualidade do serviço, na excelência operacional e na inovação constante, alinhando as suas equipas às necessidades emergentes do sector.

Como caracteriza a equipa da Prosegur, seja em Portugal, seja a nível global, naturalmente com uma enorme diversidade?

A Prosegur conta globalmente com cerca de 170.000 colaboradores distribuídos por 34 países, nos cinco continentes.  Na Europa, conta com mais de 45.000 colaboradores em todos os países em que está presente, destacando-se Espanha com mais de 33.000. Em Portugal contamos com mais de 6.700 pessoas.

No que toca à gestão das pessoas, destacaria o desafio e o esforço constante de alinhamento com os desafios que cada país atravessa. Isto é possível tendo por base o alinhamento com o propósito e valores da Prosegur enquanto grupo multinacional.

Nas vossas áreas de negócio, o que é que se destaca em termos de gestão do talento?

Estamos num sector com um enquadramento regulatório forte, no caso a Lei de Segurança Privada, por isso quando recrutamos temos de estar seguros de que selecionamos o talento que melhor corresponde às necessidades do negócio; procuramos sempre que o candidato que estamos a avaliar preencha os requisitos base, o que melhor se adaptará, para assim estar apto a melhor responder às necessidades e expectativas dos negócios. De certa forma, havendo um match pessoa-função, estamos a contribuir para o alinhamento das expetcativas de ambos.

A Prosegur procura profissionais com compromisso ético, habilidades de inovação e competências em tecnologia. Entre as competências mais importantes e mais difíceis de encontrar estão a adaptabilidade e o alinhamento com as políticas de diversidade e sustentabilidade, fatores essenciais para lidar com a complexidade do sector de segurança e fortalecer o compromisso de excelência da empresa.

Na Prosegur, temos um forte compromisso com a retenção de talento, implementando políticas de diversidade, inclusão e igualdade de género, o que pode ajudar a mitigar essas perdas.

Relativamente à gestão de talento, procuramos que todos os aspetos que façam parte dos planos de desenvolvimento e formação sejam facilitadores e eficazes entre o que o colaborador e o negócio mutuamente procuram no desenvolvimento das pessoas. Podemos seguramente ajustar, melhorar as expectativas das pessoas às necessidades.

A possibilidade de progressão de carreira, crescimento profissional e crescimento pessoal é algo bastante valorizado e que orgulhosamente podemos afirmar que oferecemos às nossas pessoas. Além disso, a estabilidade, honrar os compromissos e programas e iniciativas em que o colaborador está no centro são alguns dos aspetos que se traduzem na satisfação dos nossos colaboradores.

Como trabalham a formação?

Aí destaco o papel do nosso centro de formação avançada. É uma das mais-valias que nos distingue, pois somos os únicos no sector onde atuamos, e permite-nos estabelecer planos de formação à medida. Além disso, é também uma forma não só de as pessoas conseguirem as competências de que necessitam, mas também de a empresa atrair e reter talento, pela perspetiva de desenvolvimento e evolução na carreira.

Na Prosegur, temos uma equipa de formadores internos devidamente certificados, e possuímos as certificações pelas diversas entidades que tutelam: Ministério da Administração Interna (MAI), Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Direção Geral do Emprego e das relações do Trabalho (DGERT), entre outras.

O nosso centro de formação atua em duas vertentes: na captação, onde um profissional que pretenda iniciar a sua carreira da segurança privada pode ver no centro a solução para a sua certificação e a obtenção da habilitação profissional essencial para atuar neste sector; e no desenvolvimento do talento interno, quer na renovação da habilitação profissional, quer no desenvolvimento de skills necessárias para um melhor desempenho das funções. A existência de um centro de formação da empresa contribui bastante como vetor de atração.

E em relação ao potencial das novas tecnologias neste âmbito, como o aproveitam?

Na Prosegur, desenvolvemos formação presencial e a distância. Através da Universidade Prosegur, com base na metodologia e-learning, ministramos através de mais de 150 cursos disponíveis milhares de horas de formação por ano, o que nos permite ter a flexibilidade necessária aos dias que vivemos.

Em termos de tecnologias, os desenvolvimentos parecem cada vez mais acelerados. Tem havido impactos a este nível na forma como trabalham na gestão do talento?

Nesse aspeto, a Prosegur também está na vanguarda do sector. Um exemplo disso é a utilização de tecnologia no processo de seleção.

Na Prosegur, recebemos milhares de candidaturas por ano, e grande parte da triagem curricular agora é feita com o auxílio de inteligência artificial (IA), o que permite que as tarefas repetitivas sejam automatizadas, libertando as equipas para se dedicarem a atividades de maior valor, como um acompanhamento mais próximo dos clientes internos e uma reflexão estratégica sobre como e onde encontrar talentos ainda melhores. Dessa forma, acreditamos que a IA nos ajudará a otimizar os nossos resultados.

A digitalização eliminou a utilização massiva de papel em todo o nosso processo de recrutamento, onboarding, contratação e demais aspetos administrativos, como a rescisão de contratos. Hoje, com o uso de dados e métricas, é possível monitorizar tempos de execução, permitindo-nos alocar pessoas de forma mais eficiente aos processos. Nesse sentido, a integração automática das informações dos colaboradores em diversos sistemas de informação assegura uma gestão totalmente integrada do talento, abrangendo todo o ciclo de gestão de talento.

Pode-se dizer que o trabalho da Prosegur vive muito de pessoas e tecnologia?

Sem dúvida. As soluções que apresentamos aos nossos clientes têm cada vez mais esta junção entre a tecnologia e o valor humano. Ambos se complementam de uma forma extraordinária. Existem aspetos em que a tecnologia chega onde a ação humana não consegue. Por outro lado, a ação direta humana marca a diferença. Este binómio pessoa/ tecnologia é muito potente, as duas vertentes complementam-se, ocupando cada uma o seu lugar.

Terá havido um tempo em que o vosso sector era eminentemente masculino? Houve mudanças significativas ao longo dos anos?

Atualmente, cerca de 80% dos nossos colaboradores são do género masculino.  Há 24 anos, quando iniciei a minha carreira neste sector, o peso do género feminino era bastante inferior aos 20% atuais.

É possível observar que na atividade de alguns negócios da Prosegur esta diferença é mais acentuada. No entanto, em áreas como a da vigilância humana para aeroportos, portos marítimos, eventos, centrais de segurança (ISOC e CS24), nas áreas comerciais e em áreas mais técnicas, é possível verificar que a tendência de equilíbrio entre os géneros é uma realidade.

Como foram evoluindo os seus desafios na empresa e qual foi o que mais o marcou?

Ao longo de cerca de duas décadas e meia na Prosegur, procurámos sempre fazer da Prosegur a maior e melhor empresa do sector. Procurámos sempre a melhor forma de atrair, desenvolver e reter o talento, mas também procurámos ter sempre políticas adaptadas ao mercado e às necessidades internas, com uma constante garantia de que a equipa de recursos humanos estivesse à altura de responder às necessidades dos colaboradores, dos negócios e, por conseguinte, dos nossos clientes.

Atualmente, as prioridades continuam a ser a atração, o desenvolvimento e a retenção de talento, com foco central nos colaboradores, uma vez que precisamos de continuar a recrutar os melhores colaboradores, desenvolver as suas competências para que estejam preparados para os desafios que enfrentam e reter esse talento.

Entre os principais desafios, destaco a escalabilidade dos processos de seleção, a retenção de talentos e o aumento da diversidade e da inclusão. Para enfrentar essas questões, promovemos a formação contínua dos colaboradores, incentivando a sua evolução e a valorização, o que contribui para a retenção de talentos.

Outros pontos essenciais são responder às necessidades dos negócios e antecipar problemas de forma proativa. Além disso, acompanhar a evolução tecnológica é igualmente crucial, com foco na digitalização e na automatização dos processos, agora reforçados com o uso de IA em áreas como a seleção de talentos.

O que é que destaca como principal aprendizagem na área em que trabalha?

Destaco três aspetos. Adaptação constante, flexibilidade absoluta e a grande afluência de trabalho. 

Num sector em constante transformação, é essencial questionar sempre o propósito da nossa atuação e como os valores da empresa se refletem no dia-a-dia.

Na Prosegur, a liderança exige estar um passo à frente, promovendo inovação, crescimento, consciência social e sustentabilidade, sempre com o colaborador no centro. A cultura organizacional é o alicerce que garante que, independentemente do país ou da unidade de negócio, todos atuamos sob os mesmos princípios.

Cada negócio tem as suas particularidades, mas existe uma identidade comum que une todas as áreas da Prosegur. Caberá à área de recursos humanos, com uma visão totalmente transversal, assegurar que as políticas e os processos refletem esse propósito, garantindo que cada colaborador compreende e incorpora os valores da empresa no seu quotidiano.

Como perspetiva a evolução do sector em que trabalha e a gestão das suas pessoas?

O mundo está em constante transformação, e essa mudança acontece a um ritmo cada vez mais acelerado. A evolução tecnológica e a transformação digital que testemunhamos nos últimos anos têm sido impressionantes. O acesso imediato à informação e a capacidade de processamento de dados exigem decisões mais rápidas e uma gestão de pessoas cada vez mais ágil e estratégica. Paralelamente, há uma crescente preocupação com o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores, que são aspetos fundamentais para a retenção de talento.

O talento continua a ter um papel chave na gestão da mudança dentro das organizações. Atualmente, assiste-se a uma crescente valorização por parte dos profissionais, ao equilíbrio do binómio pessoal/ familiar e profissional.

No recrutamento, temas como flexibilidade, benefícios, diversidade e sustentabilidade são frequentemente discutidos, algo que há alguns anos não acontecia. Além disso, assiste-se a uma mudança no compromisso dos colaboradores, com carreiras menos longas dentro da mesma empresa, o que desafia as organizações a criar estratégias de retenção eficazes.

A Prosegur acompanha estas tendências e as mudanças do sector, colocando os colaboradores no centro da sua estratégia, promovendo uma cultura inclusiva e sustentável. A liderança das empresas precisa de evoluir, tornando-se mais acessível e consciente dos desafios sociais e ambientais, abraçando práticas de ESG (environmental, social and governance) e uma gestão mais ética e participativa. A diversidade, a flexibilidade e o respeito mútuo são essenciais para um ambiente de trabalho equilibrado e inovador, refletindo o compromisso da empresa com o bem-estar dos seus profissionais. Além disso, temas como saúde mental, diversidade, inclusão e sustentabilidade tornam a gestão de pessoas mais complexa e exigente, mas também mais estratégica. Na Prosegur, a aposta nestas áreas faz parte do ADN da empresa, garantindo que a organização se mantém competitiva e alinhada com as necessidades dos seus colaboradores e do mercado, antecipando desafios e adaptando-se às novas exigências do mundo do trabalho.

Outro desafio crescente é o avanço acelerado da tecnologia. Atualmente, muitas tarefas repetitivas estão a ser utilizadas para complementar o fator humano, como automatização, a digitalização e a robotização. No entanto, em áreas como a gestão de recursos humanos, a empatia, os comportamentos e a interação humana (o talento) são um diferencial competitivo essencial. Além disso, para garantir uma gestão eficiente e alinhada com a evolução do sector, é fundamental manter-nos atentos e atualizados sobre as tendências emergentes, acompanhando de perto o desenvolvimento tecnológico para que possamos ser proativos e antecipar os desafios que o futuro nos reserva.


José Lourenço

José Lourenço é diretor de recursos humanos da Prosegur Portugal, onde trabalha desde 2000, e também a nível europeu. Licenciado pelo ISCTE, iniciou a carreira em 1995 no Grupo Galileu RH como consultor de recursos humanos, tendo passado depois pela Adecco. Entrou na Prosegur como responsável pelo recrutamento e pela formação. Em 2007 assumiu a direção de recursos humanos em Portugal e na Europa.


A Prosegur

Referência mundial no sector da segurança privada, a Prosegur proporciona às empresas e aos lares, através das suas linhas de negócio – Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, AVOS Tech e Cipher –, uma segurança fiável baseada em soluções avançadas. Com uma presença global, teve um volume de negócios de 4.310 milhões de euros em 2023, está cotada nas bolsas espanholas sob o indicador PSG e conta atualmente com uma equipa de cerca de 170.000 colaboradores. 

A Prosegur atua de acordo com as melhores práticas ambientais, sociais e de boa governação. Configurou a sustentabilidade como um pilar estratégico em todas as suas ações com o objetivo de ser a referência do sector. Além disso, canaliza a sua ação solidária através da Fundação Prosegur, que trabalha em quatro áreas: educação, inclusão laboral de pessoas com deficiência intelectual, voluntariado empresarial e promoção da cultura.

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