No momento atual de incerteza económica e social, originado pela pandemia do vírus COVID-19, as organizações deparam-se com várias questões que terão de solucionar, readaptando-se a novas formas de trabalho para permanecerem competitivas.
A Fórmula do Talento, empresa que apoia as organizações na gestão e no desenvolvimento do seu talento, levando as melhores práticas, apoio contínuo e expertise, levou a cabo um estudo com o objetivo de perceber quais são os principais desafios com que se debatem, hoje em dia, os profissionais com responsabilidades ao nível da gestão de pessoas e quais são as suas expectativas para os meses vindouros.
Entre o dia 2 e 13 deste mês de abril, foi disponibilizado através de uma plataforma on-line o questionário do estudo «Impacto do COVID-19 na Gestão de Pessoas», de onde surgiram dados relevantes para o futuro próximo.
Principais características da amostra:
– 77% dos respondentes exercem função de Diretor/ Responsável de RH (41%) e de Administrador/ Diretor Geral ou Gerente (36%);
– no que se refere à caracterização das empresas dos respondentes, verifica-se que são maioritariamente PMEs (pequenas e médias empresas) (33,9% dos respondentes fazem parte de empresas com um número de colaboradores entre 50 e 250, e 30,4% das empresas têm de 10 a 50);
– em termos de localização, na sua maioria (82,1%) são da região de Lisboa e Vale do tejo;
– no que respeita ao sector de atividade, 25% das empresas atuam no sector dos serviços, nomeadamente Consultoria de RH, Contabilidade, Arquitetura, Farmácia e Ação Social, 20% no sector da Indústria, 18% são empresas da área das Tecnologias de Informação e 13% do Comércio.
Para melhor percecionar o impacto da atual pandemia na gestão das pessoas, a Fórmula do Talento elaborou um questionário com perguntas direcionadas à situação atual das empresas, bem como às perspetivas de futuro.
No que se refere ao panorama atual e ao modo de atuação com a imposição do Estado de Emergência no país, verifica-se que a maioria das empresas respondentes está a atuar em teletrabalho total (36%) ou parcial (36%) e apenas 3% mantém atividade normal.
Verifica-se que 51,8% dos respondentes considera que a atual situação terá um impacto médio na atividade da empresa. Já 8,9% dos respondentes percecionam risco de encerramento e apenas 3,6% da amostra considera que o panorama nacional não terá qualquer impacto na sua atividade ou que poderá ter impacto positivo.
Quanto aos aspetos que são atualmente objeto de preocupação por parte dos responsáveis das empresas e dos recursos humanos (RH), verificou-se que no top 3 são: preocupação com «saúde dos colaboradores e famílias» e com «impacto económico desta situação na atividade da empresa», e a «produtividade dos colaboradores». Num segundo nível de preocupação, vêm «as formas de utilizar as medidas disponibilizadas pelo Estado» e de «reinventar o negócio».
Em linha com a preocupação com o tema da produtividade dos colaboradores, e de modo a manterem as equipas alinhadas com os objetivos da empresa, os respondentes adotaram estratégias diversificadas, nomeadamente: reuniões mais regulares (70%); feedback mais regular (57%); criação de grupos de trabalho (43%); e 30% dos respondentes estabelecem objetivos a mais curto prazo.
Pretendeu-se também apurar a perceção dos inquiridos relativamente ao ajustamento das medidas apresentadas pelo Governo à realidade das sua empresas. Neste caso, as medidas percecionadas como sendo muito ajustadas à realidade dos inquiridos são a «aceleração de pagamentos por parte da administração pública» e a «prorrogação de prazos de pagamento de impostos e outras obrigações declarativas». Em oposição, verificou-se que a medida «linhas de crédito especiais» é a medida percecionada como menos ajustada à realidade da amostra.
Após questionados quanto à transparência com que comunicam a situação financeira da organização, consequência da pandemia de COVID-19, 55,4% dos respondentes admite partilhar a informação apenas com alguns grupos da organização. 28,6% dos respondentes partilha a informação com toda a organização e 10,7% não partilha de todo a informação.
Antes de avançar para as questões direcionadas para o futuro, a Fórmula do Talento pretendeu ainda ter uma visão global da expectativa dos inquiridos, relativamente ao timing de regularização da atual situação provocada pela pandemia. 46,4% dos respondentes considera que a situação estará regularizada em junho de 2020 e apenas 5,4% está mais otimista acreditando que a situação ficará regularizada no próximo mês de maio.
Quando a situação atual se regularizar, os respondentes consideram que a prioridade será o pagamento de salários e a motivação das equipas, seguidos de temas como a comunicação interna e a gestão de desempenho. Os resultados foram ainda no sentido da prioridade média dada às áreas de formação e desenvolvimento, gestão de carreiras e recrutamento e seleção.