São perguntas do milhão: Qual é o futuro do trabalho? Vamos ser surpreendidos? As respostas não são de todo difíceis, pois sabemos que o futuro se prepara hoje. As mudanças que já estão em curso deixam claro que o mercado de trabalho, como o conhecemos, não será o mesmo nos próximos anos.
Texto: Maria Duarte Bello Imagem: Freepik/ fxquadro
A automação, a inteligência artificial (IA) e o crescimento da economia digital têm vindo a redefinir carreiras, exigindo novas habilidades e transformando a forma como as pessoas trabalham. No entanto, estas mudanças não significam apenas ameaças, também abrem oportunidades para a inovação, a criatividade e novos modelos de emprego.
A tecnologia e a automação: oportunidade ou ameaça?
Um dos maiores debates sobre o futuro do trabalho gira em torno da substituição de empregos pela automação e pela IA. De facto, diversas funções repetitivas e operacionais vêm sendo assumidas por robots e algoritmos. Um exemplo claro são os caixas de supermercado, gradualmente substituídos por sistemas de autoatendimento. Da mesma forma, os chatbots estão reduzindo a necessidade de pessoas nos serviços de suporte ao cliente (com alguns problemas, é certo).
Por outro lado, a tecnologia também cria novos empregos. A ascensão do comércio eletrónico gerou uma solicitação crescente por especialistas em marketing digital, desenvolvedores de software e analistas de dados. Profissões que há uma década nem sequer existiam, como cientista de dados e especialista em IA, hoje estão entre as mais valorizadas no mercado.
Outro exemplo é o sector da saúde. Com o avanço da telemedicina e da tecnologia médica, há uma procura crescente por profissionais capazes de operar sistemas de diagnóstico remoto, gerir dados de pacientes e integrar soluções digitais no atendimento hospitalar.
O crescimento da chamada gig economy, ou economia dos freelancers, é um exemplo disso. Plataformas como Uber, Upwork e Fiverr permitem que as pessoas trabalhem sob procura, escolhendo quando e como querem atuar. Profissões como designers gráficos, redatores, programadores e consultores encontram nestes modelos uma alternativa ao emprego tradicional, com maior autonomia, mas também desafios como a instabilidade financeira e a falta de benefícios que trazem as empresas.
Empresas como a Google e Microsoft há muito que adotaram políticas de trabalho remoto ou híbrido, permitindo que os colaboradores escolham onde preferem trabalhar. Para alguns sectores, como o de tecnologia e marketing digital, esta tendência já é uma realidade consolidada.
As habilidades do futuro: o que precisamos aprender?
O mercado de trabalho está sempre em mudança e as habilidades exigidas também precisam de acompanhar esta transformação. Cada vez mais, as empresas valorizam competências que vão além do conhecimento técnico. Entre as habilidades mais procuradas para o futuro, destacam-se:
– a inteligência emocional – saber trabalhar em equipa, liderar e lidar com desafios emocionais será essencial, especialmente num ambiente de trabalho híbrido e digital;
– o pensamento crítico e a resolução de problemas – profissionais que conseguem analisar situações complexas e propor soluções criativas terão vantagem competitiva;
– as habilidades digitais – com a digitalização de diversos sectores, conhecimentos básicos em programação, análise de dados e cibersegurança tornam-se um diferencial;
– a adaptabilidade – a capacidade de aprender continuamente e de se reinventar será crucial, pois muitas profissões de hoje poderão não existir em poucos anos.
O futuro do trabalho não é um destino fixo, mas um processo em constante construção. Para se manter relevante, é fundamental investir na aprendizagem contínua e acompanhar as tendências do mercado.
Para que o futuro do trabalho seja mais apetecível e repleto de oportunidades, são essenciais algumas condições hoje. Aqui estão os principais fatores que não podem faltar:
– educação e aprendizagem contínua, visto que é a única forma de acompanhar a evolução;
– inclusão e acessibilidade ao mercado de trabalho, pois a diversidade no ambiente corporativo já é comprovadamente benéfica para a inovação e produtividade;
– conectividade e infraestrutura digital, porque sem infraestrutura tecnológica muitas pessoas e empresas ficarão para trás;
– equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, em que os modelos híbridos, as jornadas flexíveis e o incentivo ao bem-estar são cada vez mais necessários;
– sustentabilidade e responsabilidade social, já que as empresas do futuro não podem mais pensar apenas no lucro;
– compromisso com o meio ambiente e a sociedade, visto que o crescimento dos green jobs e a exigência de práticas sustentáveis mostram que este é um caminho sem volta;
– incentivo ao empreendedorismo e à inovação, apoiando startups, oferecendo incentivos para novos negócios e estimulando a cultura empreendedora, algo essencial para a economia global.
Quem se adapta e procura conhecimento agora, terá mais oportunidades e menos surpresas no futuro.

Maria Duarte Bello,Chief Executive Officer (CEO) da MDB Coaching & Mentoring
MDB Coaching & Mentoring
Através da MDB Coaching & Mentoring, Maria Duarte Bello orienta e acompanha pessoas, equipas e organizações em processos de desenvolvimento ou mudança, progresso, crescimento e evolução. Desde 2002, é pioneira no coaching, tendo criado a sua atividade através da marca MDB. Trabalha num registo único, pela confidencialidade total, pela confiança estabelecida, pela oportunidade exclusiva de conversar com toda a liberdade e pelo apoio incondicional dedicado ao sucesso de cada cliente.